13 de abril de 2013

Vinte e três e oito

Quero fechar os olhos no sossego de um dia de nada. Enroscada no conforto da despreocupação.

Fechar os olhos e ver negro.
Ver cores.
Ver caleidoscópios.
Ver o que se vê quando se mergulha no inconsciente.

Sentir na inconsciência.
Mover-me na inconsciência.

A pele arrepiada e o movimento involuntário.
Os lençóis despidos e o frio no corpo.

O calor.
O calor que me desperta a meio da noite fresca.
O calor que me cobre e me surpreende.

A consciência de que não bate certo com o que me conta o inconsciente.
A consciência de que não está certo, mas que sabe bem.

Sinto o teu cheiro.
Não abro os olhos.
Encaixo o meu corpo no teu, deixo-me à medida das tuas mãos.

Mas não abro os olhos.
Quero sentir-te como quem sente um sonho.

Sem comentários: