22 de abril de 2013

Dezanove e catorze

Éramos só mais um casal a namorar ao ar livre naquela tarde de Primavera.
Não era mais que habitual o beijo suave que às tantas ele me dava, a minha mão sobre a dele, que por sua vez descansava algures entre o meu leve vestido florido e a minha perna. O sol e o foco de luz que fazia incidir sobre nós, as gargalhadas das crianças que brincam como banda sonora.

- Sabes, é biológica a vontade que tenho que me agarres agora e me fodas aqui mesmo, mesmo que eu não queira. O que eu quero, lá no fundo. É biológico que me excite ao pensar que me podias meter ali de quatro sobre a relva, levantar-me o vestido, afastar-me as cuecas e penetrar-me de repente, sem querer saber de onde estás ou de quem assiste. É biológica a vontade que tenho de que me agarres pelas ancas e me puxes contra ti, sem dó nem piedade. Afinal, que raio de filhos fracos ia eu ter se nem sequer força para isso o pai deles tivesse?

Ele olhou para mim como se nada se tivesse passado naquele banco de jardim. Mais um suave beijo. A segunda mão sobre a minha.

- Sabes, é humano levar-te para casa e mostrar-te quem é o primeiro a fraquejar.

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